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O papel da liderança na criação de uma cultura de Acolhimento Emocional

Renata Lage

Renata Lage

CEO Mental PRO

O papel da liderança na criação de uma cultura de Acolhimento Emocional

Para começar a falar de saúde mental no ambiente de trabalho, é importante que reconheçamos o estigma que existe dentro de grande parte das organizações. Infelizmente, ter abertura para compartilhar sobre não estar passando por um bom momento emocional, não é fácil dentro das empresas.

Somado ao peso que já é vivenciar um transtorno mental, associá-lo ao estresse de enfrentar seus pares e gestores que não entendem o que está acontecendo, faz a trajetória na busca do bem-estar ainda mais difícil.

Muitas vezes, esses trabalhadores lutam para lidar com suas tarefas diárias enquanto tentam esconder seus sintomas, mas não se engane pensando que essa batalha começa no trabalho, a primeira guerra em busca da sobrevivência já foi vencida, ao conseguir levantar da cama para ir trabalhar.

Se iniciei este texto reconhecendo o estigma, agora também admito que conversar sobre saúde mental em um ambiente tão competitivo, e voltado para o resultado, é pouco fácil.

O primeiro passo para enfrentar esse desafio é aceitar que colaborador sem saúde física e mental não produz como poderia, e entender que ignorar esses problemas não torna as pessoas mais saudáveis. Então, vamos “colocar a mão nisso”?

Sem dúvida, quem deve capitanear essa mudança de cultura são os líderes. Uma boa maneira de “startar” essa jornada é encorajar as lideranças a abrir um pouco de suas fraquezas, mostrar-se vulneráveis e falar abertamente sobre suas jornadas de saúde mental em momentos oportunos a suas equipes, assim, barreiras podem ser quebradas dentro da cultura da empresa. Ter lideranças tão abertas mostrando suas lutas tem muito peso em qualquer estratégia de saúde mental corporativa.

Não dê espaço para que o sofrimento interno de um membro do seu time seja questionado como “isso é desculpa pela falta de entrega” ou “está fugindo das responsabilidades”.

É importante se sentir confortável com um gestor para dizer a ele “não tenho me saído bem nos últimos dias e preciso de apoio, pois estou sofrendo de ansiedade”. Se existir a sensação de que ninguém fala sobre doença mental, essa conversa será muito mais difícil.

Por parte das empresas, é preciso de estratégias organizacionais que incluam diretrizes e políticas que ajudem o bom ambiente de saúde mental, assim é criado um terreno firme para que gestores, e seus times, transformem a cultura corporativa para melhor.

Certamente, só há benefícios na promoção de um ambiente de trabalho psicologicamente saudável e inclusivo, afinal, atitudes com essa ajudam os trabalhadores a terem uma vida mais equilibrada e produtiva.